Amélia Aragão
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Textos

 
Desde muito pequena, a minha mãe me mandava para a casa da minha avó.
No começo, eu não entendia nada, acho que nem gostava porque ficava longe dela e de meu pai.
Isso sempre acontecia nas férias. Na verdade, não tinha quem ficasse comigo quando a escola em que estudava que era tempo integral, fechava as portas para o merecido descanso.
O que eu sei, é que aos poucos, fui percebendo como tudo funcionava, e não via a hora de ficar de férias novamente.
A primeira lembrança que tenho de minha avó era de uma mulher esguia, num vestido de bolinhas brancas em um campo azul clarinho. Lembro-me daqueles óculos finos e dos brincos de bolas nas orelhas..
A minha avó, era também muito bonita e tinha um sorriso cativante e fazia carinho igual a minha mãe.
Ela sempre me acordava com um beijinho, do mesmo jeito que a minha mãe fazia todas as manhãs para eu ir à escola.
Inclusive ela usava o mesmo perfume de minha mãe. O cheirinho era inconfundível.
Tinha os cabelos sempre amarrados em forma de coque e mantinha as unhas muito bem aparadas.
Do meu avô, não lembro muito, mas tenho uma vaga recordação de um homem brincando de cavalinho e umas fotos me ajudam a não perder essa memória, mas é só.
Ele faleceu quando eu tinha quatro anos.
Aí a minha avó ficou sozinha, na casa grande. Que ficava cheia quando chegavam todos os netos e filhos. Ah, era uma festa!
A minha avó tinha dez filhos e vinte e dois netos e netas. Eu era a décima nona neta, e a única filha única.
Tinha uma coisa que eu gostava na casa da vovó. Uma parede cheia de fotos.
A primeira era meio ovalada onde a vovó e o vovô estavam em seus melhores trajes. Era em preto e branco.
Outra foto grande era da família só que faltou a minha mãe e então colocaram uma montagem somente com o rosto dela na parte de cima. Mas não dá para perceber muito. E a melhor parte, era a parede do lado oposto com fotos de todos os netos e netas.
Era muito engraçado.
Todas as vezes que ia lá, parecia que tinha envelhecido uns dez anos. Eu gostava de ver os meus primos com aquelas carinhas bochechudas.
Às vezes as minhas tias queriam trocar as fotos antigas por fotos mais recentes, mas a minha avó não deixava tirar, então parecia uma exposição.
As fotos mais repetidas eram feitas em frente a uma montanha de latas de leite e geralmente deitado de bruços ou somente de fraldas.
Eu não tinha essa foto. A minha primeira é no colo do vovô ao lado da vovó, logo que nasci, depois no carrinho, depois já sentadinha, depois já uma garota e outras mais.
Na casa da vovó tinha seis quartos e era uma casa alta, sem laje. Somente telhas nos protegiam das chuvas, e a noite, podíamos escutar os gatos miando pra lua.
A minha avó me disse que era assim porque o meu avô costumava contar histórias para todos os filhos de uma só vez, quando eram pequenos, se tivesse laje, não dava para todos escutarem.
Lá fazia frio no inverno.
Nos quartos sempre havia no mínimo duas camas e um guarda-roupa.
Apenas no último quarto, havia três pares de beliche que os meus primos dormiam, e era chamado o quarto da bagunça.
Sempre estava cheio de sapatos e brinquedos espalhados.
Para a minha avó, sempre era motivo de festa quando estávamos todos juntos. Isso aconteceu durante muito tempo, sempre nas férias.
A vovó brincava conosco a noite de bingo, e de adedonha, (um jogo onde tínhamos que escolher uma letra e com ela preencher nomes de artistas, frutas, cidades ou lugares, animais, cores, filmes, novelas e etc.)
Era muito legal, ela também contava história em voz alta para todos ouvirem ao mesmo tempo, como fazia o vovô, para os nossos pais.
Eu era mesmo uma neta privilegiada e passei a dormir com a vovó na cama dela, porque era a mais nova. Eu adorava aquilo.
Era uma cama grande com um colchão muito legal, e tinha um mosquiteiro de armação, que dobrava em cima da cama protegendo contra mosquitos e fazendo da hora de dormir, um conto de fadas. Parecia um castelo.
A vovó tinha uma voz suave e eu ficava bem agarradinha com ela, como fazia às vezes com a minha mãe.
Nós tomávamos um banho antes de deitar e aquele cheirinho me embalava os sonhos.  
Sei que nem ouvia metade das historias, pois já deitava muito cansada.
Lembro-me de outra coisa, ela carregava uma corrente com um pingente de chave que guardava embaixo do travesseiro todas as noites.
No quarto dela, havia um guarda-roupa, uma cama e uma penteadeira com cinco gavetas onde guardava alguns lençóis e toalhas de banho.
Sobre esta, um espelho grande, meio gasto no canto, alguns vidros de perfume, uma escova de cabelos, um porta retratos e um jarrinho com flores, uma caixinha de maquiagem, um batom meio gasto, uns grampos e uma redinha para usar no cabelo ao deitar.
Uma vez escondi-me dentro do guarda roupa e ficaram me procurando por mais de uma hora. Era um trambolho muito grande e quase ocupava todo o quarto.
Naquele dia, a vovó ficou muito preocupada e me fez prometer que não faria mais aquilo. Só que eu sempre me escondia lá. Então quando sumia, ela só olhava se os meus pezinhos estavam aparecendo e fazia que não me via.
Não tenho outras lembranças de trelas, nem de fatos que tenham ocorrido no quarto dela.
O tempo foi passando e meus primos e primas foram crescendo, assim como eu.
Alguns deles, já não voltaram em outras férias, pois iam viajar com amigos ou para o acampamento.
Eu, ainda muito nova, gostava mesmo de ficar com a vovó. Além disso, ela contava histórias muito legais e eu gostava muito da companhia dela. Também me deixava fazer coisas que a minha mãe não deixava.
Chegou o mês de férias mais uma vez e só eu fui para a casa dela.
Agora com nove anos e a vovó ainda me dava um banho morno antes de dormir, colocava perfume e quando deitava naquela caminha cheirosa, só queria ouvir a voz dela.
Ela gostava de falar das lembranças de quando a minha mãe era pequena, dos brinquedos, e às vezes me mostrava uma ou outra foto e naquela noite, a vovó me deu uma boneca de pano que fora da mamãe.
Contou-me também que guardava memórias da nossa família e que não queria deixá-las escondidas.
Pra falar a verdade, eu não entendi muito bem, mas me mostrei interessada em ver essas memórias.
A vovó me pediu para aguardar até o outro dia, pois já era tarde e precisávamos descansar.
Dormimos ao som de uma música que ela cantava muito bem. “Boi, boi, boi, boi da cara preta, pega essa menina que tem medo de careta...”
Na manhã seguinte, acordei tarde e ela deixava mesmo pois sabia que durante as aulas, tinha que acordar muito cedo e pegar carona com o meu pai até a escola.
A minha vó era mesmo muito especial.
Ela sabia tudo o que eu gostava, e fazia os meus gostos. Ela disse que eu saí a minha mãe.
A vovó cozinhava muito bem e uma das melhores coisas era o dia do cozido. Fazia um pirãozinho, que só ela sabia fazer, e não deixava ficar com bolinhas. Nesse dia eu sempre comia muito.
Outra coisa, fazia picolé na caçamba de fazer gelo de vários sabores, só pra mim. Fazia tapioca à tardinha e assava queijo na grelha.
Nós duas andávamos pelas ruas de mãos dadas e as vizinhas sempre me cumprimentavam, diziam que estava crescidinha e que parecia com a minha mãe.
Nós gostávamos de ir à feira de frutas que funcionava no meio da rua. Eu achava tudo aquilo interessante, pois na capital, só fazíamos feira no supermercado.
Fomos à feira na sexta e no sábado pela manhã, e não demoramos. A vovó já andava um pouco cansada.
No descanso da tarde dormiu mais do que o normal, mas mesmo assim tomamos café juntas, como sempre.
Fomos para a cama mais cedo, pois ela queria me mostrar às memórias e eu não fazia a menor ideia do que seria.
Então como que em forma de ritual, a minha avó me pediu para eu fechar os olhos e levantar os cabelos com as mãos. Colocou em meu pescoço o colar que carregava com a chavezinha tão misteriosa.
_ Pode abrir, disse a vovó.
_ Eu surpresa fiquei.
_ Vovó, de onde é essa chave?
_ Das memórias, querida, das nossas memórias.
Olhei para as gavetas da penteadeira, mas não vi nenhum buraco de fechadura.
A vovó levantou-se e abriu a porta do lado esquerdo do guarda-roupa e apontou para as gavetas enfileiradas uma sobre a outra.
Elas tinham puxadores em forma de cabeça de tigre, todos desenhados na madeira. Eu nunca havia visto aquele compartimento antes, nunca mesmo.
Então, ela estendeu os braços para que eu fosse a sua direção, e com muito carinho ajudou-me a encaixar a chave que com uma volta, destravou todas as gavetas de uma só vez.
Ela me falou para eu abrir de uma por uma, e que se não desse tempo naquela noite, veríamos o resto no dia seguinte.
Assim o fiz.
Com as mãos meio sem jeito, peguei pelos puxadores e abri a primeira gaveta.
A primeira coisa que vi, foi um frasco grande de seiva de alfazema. Um frasco grande com um desenho de uma moça usando saia preta e longa.
Depois, com muito cuidado, eu abri o pano que cobria as outras coisas para os lados e vi, como que um tesouro, várias coisinhas interessantes.
Um pote de vidro decorado na cor verde com florzinhas em alto relevo. Eu fiquei olhando por uns minutos e ela me explicou que servia para colocar o pó de arroz que se passava no rosto com aquela minúscula esponjinha. Era muito delicado.
Uma latinha minúscula de pomada minâncora, meio alaranjada, com letras brancas e azuis, um frasco de leite de rosas, igual ao que a minha mãe usa, uma caneta tinteiro na cor preta com o nome de meu avô gravado em letras brancas, um porta documentos de plástico transparente com vários documentos dela e de meu avô. Lá estava a primeira carteira de motorista dele, datada de 1934 com uma carteirinha de membro da associação dos chaufers.
Enquanto ela me mostrava, parecia reviver os momentos que lhe foram muito preciosos. Ela chegava a suspirar.
Eu via prazer no rosto dela.
A vovó me perguntou se eu achava interessante e concordei que sim. Então nós continuamos por noite adentro.
Passamos para a segunda gaveta.
Quando eu abri, vi umas bolinhas brancas com um cheirinho esquisito, mas eu já sabia que servia para evitar baratas e mofo.
Eram bolinhas de naftalina.
A gaveta estava cheia de vários pacotinhos fechados com fita durex, e dentro, saquinhos de tecido com laços coloridos. Cada saquinho tinha um nome cuidadosamente bordado.
Dentro dos saquinhos, roupinhas de bebê enroladas em papel vegetal. Eram as roupinhas do batizado de cada um dos meus tios e da minha mãe.
Todos os meus primos e primas mais velhos foram batizados com a mesma roupinha que os pais deles, disse minha avó. Exceto eu, pois não era batizada. A minha mãe disse que eu poderia decidir quando crescesse.
Então o pacotinho que fora de minha mãe, estava ainda lacrado desde que ela usou há muito tempo atrás.
Nos pacotinhos havia também meias, calcinhas e sapatinhos de tricô.
Numa caixinha de fivelas antiga, com um fecho seguro, a vovó guardou, imaginem, os primeiros dentinhos dos meus tios. Exatamente como a minha mãe estava fazendo comigo.
A diferença é que naquela caixinha, ela não sabia de quem eram os dentes e na minha, eram todos meus.
A vovó me contou que pintou cada um com base de esmalte para proteger. Eu fiquei realmente surpresa.
Naquela gaveta a vovó ainda me mostrou um pacotinho muito especial. Um véu de noiva feito de flores de goma. Fora o véu que ela usou no casamento com o meu avô.
Ela colocou em minha cabeça, me afastou para trás e abriu a outra porta do guarda-roupa para que eu olhasse no espelho. Ficou esquisito. Acabamos de olhar essa gaveta e automaticamente descemos para a próxima.
Tive uma surpresa. Como a vovó conseguiu guardar todos aqueles brinquedos tão antigos, praticamente inteiros.
As minhas bonecas novas, não pareciam tão conservadas junto daquilo que estava vendo.
Carrinhos, latinhas, piões, canetas, um pacotinho com boletins escolares, vários cartões do dia das mães e dos pais que os meus tios fizeram quando eram crianças.
Já estava tarde e a vovó sugeriu que fôssemos dormir.
Então achei que devíamos mesmo. Pelo menos ficava um pouco de emoção para o outro dia.
E assim o fizemos
Nós duas dormimos mais do que o normal.
Já eram dez e meia, quando a minha mãe ligou para falar com a vovó e comigo, a secretária disse que fomos dormir muito tarde conversando a noite inteirinha e que ainda estávamos dormindo.
Nesse dia nem tomamos café da manhã, e deixamos mesmo para almoçar. Ficamos relembrando o que havíamos encontrado nas gavetas e revivendo as memórias da minha avó.
Ela estava muito feliz e eu também.
A vovó me contou que já havia tentado passar para outras netas, mas que elas não se mostraram muito interessadas. Naquela altura, achava que as memórias iam mesmo ser esquecidas.
Que nada vovó, eu vou guardar comigo com muito carinho e vou mostrar aos meus filhos. Vou fazer a mesma coisa que você e a mamãe fizeram guardando cada coisa que marcou a nossa vida.
Eu queria mesmo era que a noite chegasse para continuarmos revivendo as memórias da vovó.
Ficamos nos entreolhando, e como duas crianças, corremos para o quarto antes do jantar.
A vovó ria de verdade e parecia uma garota como eu.
_ Estamos trelando, disse ela.
Tirei a chave do pescoço, abri a trava das gavetas e continuamos nosso passeio no tempo.
Ao abri-la, percebi que com o mesmo cuidado das outras, a vovó protegeu com uma camurça preta e com bolinhas de naftalina.
Estavam lá coisas que eu jamais imaginava em ver um dia.
Uma coleção de calendários de bolso dos meus tios, tinha um maço com mais de quinhentas unidades. Impecáveis. Eram de todos os tipos, bichos, natureza, santos, lugares exóticos, fotos de mulheres com pouca roupa (a minha avó riu e disse que eu deixasse para ver quando ficasse maiorzinha), piadinhas, desenhos animados, personagens de novelas, marcas de produtos, enfim, perdemos muito tempo olhando para todos eles. Foi muito divertido.
Uma coleção de papéis de cartas de todos os tipos, cores e tamanhos, bem conservados numa pasta feita de cartolina grossa com figurinhas coladas em cima e com o nome das minhas cinco tias e da minha mãe.
Eram papéis lindos, que nenhuma amiga da escola poderia ter igual. Eu estava encantada. A vovó era mesmo uma guardadora de memórias.
Um álbum de figurinhas da copa de 70, onde o nome Brasil estava escrito Brasile e não estava completo. Mas tinha figurinhas repetidas num envelope de bordas verde amarelas.
Ela os guardou com tanto cuidado que pareciam novas.
Um álbum de campanha do governo e vários álbuns de fotografia.
Um álbum com selos e moedas raríssimos. Eu adorei!
Uma coleção de cartões postais de diversos lugares do mundo. Fotos belíssimas.
Uma coleção de lápis grafite nunca usada, com desenhos de personagens em quadrinhos, animais, bandeiras de todos os países, tabuada, borrachas esquisitas, em forma de canudos e outros. Tinha pelo menos uns cinquenta. Eu estava no céu.
Nós nos divertimos muito com as coisas dessa gaveta.
Mas o que estava por vir era mesmo de impressionar.
Na última gaveta, a vovó guardou bem no centro, enrolado num feltro branco, um livro de capa dura como aqueles de atas de reunião, coberto com uma capa de tecido bordada com o nome " As gavetas de minha avó".
Ela bordou carinhosamente com linhas douradas e letras bem feitas.
Colocou em meu colo e disse que agora era comigo e que não deixasse que aquelas memórias se perdessem com o tempo, e sabia que eu faria o meu melhor.
Daquele momento não esqueço jamais.
A vovó falou com tanto carinho, e eu não poderia deixar de atendê-la.
Eu adoro colecionar coisas, então tudo aquilo veio parar nas mãos certas.
Ao final, quando já conhecia todo o conteúdo das gavetas da vovó, fomos jantar, e não parávamos de comentar. A casa estava vazia, mas nem parecia. Nós duas estávamos tão felizes, que nem nos damos conta dos outros.
Naquela noite ficamos sentadas na calçada conversando com as vizinhas um pouco, enquanto o sono não vinha.
Era comum fazermos isso.
Brinquei um pouco com as outras crianças da rua, a vovó também deu umas gargalhadas com as amigas dela e depois nos recolhemos para dormir.
A minha mãe ligou avisando que chegaria no outro dia para me levar de volta. As férias tinham passado tão rápido e eu nem percebi.
A vovó me disse que já sentia a minha falta, mesmo antes de eu ir embora.
Eu até a convidei para ir para a nossa casa, mas ela disse que só sabia viver no cantinho dela.
De tanto insistir, no outro dia ela seguiu conosco para a capital e ficou em nossa casa por dois meses.
Foram os melhores meses de minha vida. A vovó em casa todas as vezes que eu chegava da escola, me ajudava com as tarefas, olhávamos fotos de quando eu era bebê e ela já me ajudava a fazer as minhas memórias.
Antes de completar dois meses inteiros, a vovó disse que estava muito feliz por ter me dado a chave de suas memórias e que deixaria por enquanto as coisas na casa dela até eu ter onde guardá-las, e que talvez nas próximas férias nós pudéssemos rever tudo outra vez. Eu gostei da ideia.
Ela voltou para o interior.
Fiquei apenas mais três meses longe dela, mas nos falávamos quase todas as noites.  Como passei por média, fiquei de férias mais cedo e corri para a casa da vovó.
O meu pai me levou no dia seguinte para a minha alegria.
A vovó estava só me esperando e dormimos mais uma vez juntas, ou melhor, bem agarradinhas.
A noite, eu ouvi a vovó tossir. Eu a cobri. Ela parecia sentir frio. Ela se arrumou e ficou na mesma posição.
Eu estava bem quentinha e fiquei juntinho dela para esquentar o corpo dela.
Percebi depois de algum tempo, que a vovó não esquentava e ao contrário, estava muito fria.
Peguei um lençol mais grosso e coloquei em cima dela, depois entrei também embaixo para tentar esquentá-la.
Numa tentativa em vão, vi que algo estava errado e não querendo aceitar chamei a moça que morava com ela.
Era pouco mais de cinco horas da manhã.
Eu liguei para a minha mãe para ela vir correndo, pois a vovó estava muito fria e não queria esquentar.
Os meus tios que moravam perto chegaram logo.
A vovó morreu assim, quietinha, em silêncio, sem dor, sem problemas e depois de uma noite maravilhosa de lembranças comigo.
E nesse livro das gavetas, eu também escrevi as últimas memórias que guardei dela.
A vida é assim. Perdemos pessoas queridas,pai, mãe, avós, amigos, mas quando temos boas lembranças dos tempos que ficamos juntos, sentimos saudades, mas a verdadeira presença nuca sai de dentro de nós porque quando amamos, nunca esquecemos.
 
Maria Amélia Aragão.
Recife, 17 de junho 2009
Amélia Aragão
Enviado por Amélia Aragão em 23/03/2012
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